A inteligência artificial não serve apenas para escrever e-mails ou fazer robôs dançarem no TikTok. Se você ainda acha que é isso, é melhor ajustar o volume. A Suno, uma startup que mistura algoritmos com acordes, acaba de levantar nada menos que US$ 250 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela Menlo Ventures.
E não é só isso: a empresa agora está avaliada em US$ 2,45 bilhões. Sim, bilhões com “b” de Beyoncé. As informações são da Billboard.
Fundada em 2023, a Suno surgiu com uma proposta ousada: permitir que qualquer pessoa — de músicos profissionais a curiosos de plantão — crie músicas com o auxílio de inteligência artificial. E não estamos falando de jingles genéricos. A plataforma já foi usada por artistas que figuraram nas paradas da Billboard, como Xania Monet, e vem ganhando espaço tanto entre criadores independentes quanto entre grandes produtores.
A rodada de financiamento Série C contou com pesos pesados: além da Menlo Ventures, participaram a NVentures (braço de capital de risco da NVIDIA), Hallwood Media, Lightspeed e Matrix. O objetivo? Expandir o ecossistema musical da Suno, que vai muito além de um simples gerador de faixas. A empresa quer construir uma plataforma completa, onde criação, edição, colaboração e comunidade caminhem juntas — como um bom quarteto vocal.
Segundo Mikey Shulman, CEO e cofundador da Suno, a ideia é continuar empoderando artistas e criadores a transformar ideias em realidade: “Estamos vendo o futuro da música se formar em tempo real”, disse ele à Billboard. E se depender dos investidores, esse futuro será bem afinado — e lucrativo.
O lado B da Suno: controvérsias e batalhas judiciais
Nem tudo são aplausos. A ascensão meteórica da Suno também atraiu olhares desconfiados da indústria fonográfica. Gigantes como a Universal Music Group já moveram ações contra a empresa, alegando violação de direitos autorais. A discussão gira em torno do uso de obras protegidas como base para treinar os modelos de IA — um tema que ainda está longe de ter um desfecho harmônico.
Mas, como toda boa banda de garagem que incomoda os vizinhos antes de lotar estádios, a Suno parece disposta a enfrentar os desafios com coragem e criatividade.
O que isso significa para o mercado financeiro? Para investidores atentos às tendências tecnológicas, a Suno representa uma nova fronteira: a monetização da criatividade assistida por IA. O modelo de negócios da empresa se apoia em uma base crescente de usuários, ferramentas premium e parcerias estratégicas. Com o novo aporte, a expectativa é que a Suno amplie sua presença global e diversifique suas fontes de receita.
Além disso, o envolvimento de players como a NVIDIA sinaliza que o setor de IA generativa está longe de ser uma moda passageira. Pelo contrário: está se consolidando como um dos pilares da economia criativa do futuro.
A história da Suno é um lembrete de que, no mundo dos negócios, inovação e ousadia ainda são os melhores instrumentos para compor uma trajetória de sucesso. E se a trilha sonora dessa revolução vier com batidas geradas por IA, que assim seja — desde que os royalties estejam em dia.
Prepare-se: o próximo hit bilionário pode estar sendo composto agora mesmo… por um algoritmo.
























