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Reino Unido declara guerra à revenda de ingressos com lucro

Nova regulamentação promete sacudir o mercado de eventos e desafiar investidores do setor de bilheteria secundária

Reino Unido declara guerra à revenda de ingressos com lucro
Foto: Rian Saunders / Creative Commons

Se você já tentou comprar ingressos para um show do Coldplay e acabou encontrando o mesmo bilhete por três vezes o valor original em um site de revenda, respire aliviado — pelo menos se estiver no Reino Unido.

De acordo com a Billboard, o governo britânico, liderado pelo primeiro-ministro Keir Starmer, decidiu colocar um ponto final na prática de revenda de ingressos com fins lucrativos. E não é exagero dizer que essa decisão está fazendo mais barulho que solo de guitarra em festival.

A medida, que deve ser anunciada oficialmente ainda esta semana, proíbe que ingressos sejam revendidos por valores acima do preço original. Plataformas como StubHub e Viagogo, que até então surfavam na onda da escassez e da alta demanda, agora terão que se adaptar a um novo ritmo — mais justo para os fãs, mais desafiador para os investidores.

A nova regra permite que os consumidores revendam seus ingressos, mas sem lucrar com isso. Ou seja, se você comprou um ingresso por 100 libras, só poderá vendê-lo por esse mesmo valor. As plataformas de revenda ainda poderão cobrar taxas, mas essas serão reguladas e limitadas por órgãos como a Competition and Markets Authority (CMA).

Além disso, haverá limites na quantidade de ingressos que uma pessoa pode adquirir no Reino Unido, e as plataformas serão responsabilizadas por fiscalizar suas operações. Até redes sociais, que vinham sendo usadas como alternativas informais para revenda, estarão sob o radar da regulamentação.

Revenda de ingressos no Reino Unido: o impacto no mercado financeiro

A notícia caiu como uma bomba no setor de bilheteria secundária. As ações da StubHub Holdings, empresa americana que controla a Viagogo, despencaram 13,8% no dia do anúncio. E não foi um tropeço isolado: em novembro, os papéis acumulam queda de 33%, agravada pela ausência de projeções financeiras para o trimestre.

Para investidores, o recado é claro: o modelo de negócios baseado na especulação de ingressos está com os dias contados — pelo menos em mercados que priorizam o consumidor. A tendência é que outras nações sigam o exemplo britânico, o que pode redesenhar completamente o mapa de oportunidades no setor de eventos ao vivo.

A pressão para essa mudança não veio só dos consumidores. Mais de 40 artistas britânicos, incluindo nomes como Radiohead, Sam Fender e The Cure, assinaram uma carta pública pedindo ao governo que “impedisse os cambistas de extorquir os fãs”. O estudo da CMA mostrou que os ingressos revendidos no Reino Unido estavam, em média, 50% acima do valor original — um verdadeiro desafino no bolso dos fãs.

A Live Nation, gigante do entretenimento, também apoiou a medida. A empresa afirmou que já limita a revenda de ingressos ao valor original no Reino Unido e que a nova regulamentação é um passo importante para tornar os eventos mais acessíveis.

A decisão do governo britânico representa uma mudança de paradigma no mercado de eventos. Ao priorizar o consumidor e combater práticas abusivas, o Reino Unido sinaliza que cultura e entretenimento devem ser acessíveis — e não um campo minado de especulação financeira.

Para os investidores, é hora de repensar estratégias. E para os fãs, talvez seja o momento de voltar a sonhar com aquele show sem precisar vender um rim. Afinal, quando o mercado toca em tom justo, todo mundo dança melhor.

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