Imagine pagar R$ 63 mil por um disco. Não uma coleção inteira, não uma edição de luxo com holograma e autógrafo em ouro — apenas um compacto.
Parece exagero? Pois foi exatamente isso que aconteceu neste mês, quando um exemplar raro de Bohemian Rhapsody, da lendária banda Queen, foi arrematado em leilão por esse valor. E não, o comprador não estava sob efeito de “champagne supernova”. Ele estava investindo.
O compacto, lançado originalmente em 1975, é uma joia para colecionadores: tiragem limitada, capa original, estado de conservação impecável e, claro, a música que redefiniu o conceito de faixa única.

Foto: Site oficial / Queen
Misturando rock, ópera e balada em seis minutos de pura ousadia sonora, Bohemian Rhapsody não só virou clássico, como também virou ativo financeiro.
O mercado de memorabília musical está em plena ascensão. Discos raros, guitarras autografadas, figurinos de turnês e até rabiscos de letras em guardanapos estão sendo disputados em leilões como se fossem obras de arte. E, em muitos casos, são. A escassez, o valor histórico e o apelo emocional transformam esses itens em ativos tangíveis com potencial de valorização superior ao de muitos investimentos tradicionais.
Em tempos de juros baixos e bolsas de valores com humor instável, aplicar em cultura virou tendência. Investidores mais ousados estão diversificando suas carteiras com discos raros e relíquias musicais. Afinal, enquanto ações podem despencar com um tweet, um compacto do Queen só valoriza com o tempo — e com a nostalgia.
Queen: uma marca que nunca desafina
A banda formada por Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon continua sendo uma potência comercial. Décadas após sua formação, o Queen ainda embala trilhas sonoras, comerciais e playlists mundo afora. O filme Bohemian Rhapsody, lançado em 2018, reacendeu o interesse por sua obra e consolidou a música como um ícone cultural.
Esse legado se traduz em valor de mercado. Produtos físicos da banda, como discos e edições especiais, são cada vez mais procurados por fãs e investidores. E quando um item raro aparece, como esse compacto leiloado, o preço sobe como um solo de guitarra em We Will Rock You.
Investir em discos: não é só dar play
Mas nem tudo são aplausos e riffs. Investir em colecionáveis exige atenção a detalhes financeiros e legais. No Brasil, a venda de itens como discos raros pode gerar tributação sobre ganho de capital. Além disso, há custos com autenticação, conservação e seguro — afinal, ninguém quer ver um disco de R$ 63 mil mofando na estante.
Leilões especializados oferecem certificados de autenticidade e histórico de procedência, essenciais para evitar fraudes. Participar desses eventos requer conhecimento de mercado, olho clínico e, em alguns casos, uma assessoria que entenda tanto de música quanto de finanças.
A venda do compacto de Bohemian Rhapsody é um sinal claro de que a música está ganhando espaço no mercado financeiro alternativo. À medida que o colecionismo se profissionaliza, itens raros se tornam oportunidades reais de retorno.
Para quem busca unir paixão e estratégia, o universo da memorabília musical oferece um caminho promissor. E quem diria que, no fim das contas, guardar um disco antigo poderia render mais que um fundo multimercado?
Como diria Freddie Mercury: “Is this the real life? Is this just fantasy?”. No mundo dos investimentos musicais, é um pouco dos dois.















