Quando Sir Paul McCartney sobe ao palco, não é apenas um show. É um acontecimento que mexe com a cultura, com a economia e, claro, com o mercado de entretenimento.
Foi exatamente isso que aconteceu em Hamilton, Ontário, com a reabertura do TD Coliseum, após uma transformação avaliada em US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bi no câmbio atual). As informações são da Billboard.
O veterano dos Beatles foi o escolhido para dar o pontapé inicial na nova fase da arena, e o resultado foi um espetáculo que misturou nostalgia, inovação e negócios.
O antigo Copps Coliseum, agora renomeado e repaginado, tornou-se o novo cartão de visitas da Oak View Group (OVG) no Canadá. A empresa norte-americana, especializada em esportes e entretenimento, não economizou para transformar o espaço em um centro de referência. A capacidade para 18 mil pessoas foi mantida, mas o que mudou foi a experiência: tecnologia de ponta, acústica aprimorada e uma infraestrutura que coloca Hamilton no mapa das grandes turnês internacionais.
Paul McCartney contou com 36 músicas em seu setlist na inauguração da arena canadense
O show de McCartney, com 36 músicas em quase 3 horas de duração, foi uma demonstração prática de como um investimento desse porte pode atrair público de dentro e fora da cidade. O próprio artista brincou ao perguntar quantos eram locais e quantos vieram de fora. O resultado? Uma plateia multigeracional, com cerca de 60% de visitantes de outras regiões, confirmando o potencial turístico e econômico da arena.
O projeto é um exemplo claro de como grandes investimentos em infraestrutura cultural podem gerar retorno. A parceria com o TD Bank e a presença de gigantes como a Live Nation Canada reforçam que não se trata apenas de música, mas de estratégia de mercado. A inauguração contou até com a presença do premier de Ontário, Doug Ford, e da prefeita de Hamilton, Andrea Horwath, sinalizando o peso político e econômico da iniciativa.
O Coliseum se posiciona como uma alternativa ao mercado saturado de Toronto, funcionando como válvula de escape para artistas que buscam novas praças e para fãs que desejam experiências diferenciadas. Isso significa mais circulação de capital, mais empregos e mais oportunidades para a indústria criativa local.
Além disso, o evento marca uma tendência: arenas e centros culturais não são mais apenas locais de entretenimento, mas ativos financeiros estratégicos. A OVG, que já administra espaços em várias partes do mundo, aposta em Hamilton como vitrine para mostrar que investir em cultura é também investir em negócios.
O impacto vai além da música. O Coliseum abre espaço para esportes, convenções e eventos corporativos, ampliando sua relevância econômica. Em tempos em que a indústria busca novas formas de monetização, a arena surge como um exemplo de diversificação inteligente. E claro, ter Paul McCartney como padrinho dessa nova fase é um golpe de mestre. Afinal, poucos nomes carregam tanto prestígio e poder de atração. O show não apenas emocionou os fãs, mas também consolidou a imagem do Coliseum como palco de grandes acontecimentos.
O que aconteceu em Hamilton foi uma aula prática de como cultura e finanças caminham juntas. O investimento de 300 milhões de dólares não é apenas um gasto, mas uma aposta no futuro da indústria do entretenimento. E se depender da energia de McCartney e da visão da OVG, o TD Coliseum já nasceu como protagonista nesse cenário.
Palco novo, velhos clássicos e uma estratégia que une música e mercado: Hamilton entrou definitivamente no radar global.
























