Se você acha que o artista sobe no palco, canta, agradece e vai embora com um sanduíche e um abraço, é hora de rever seus conceitos. Os festivais de música são verdadeiras usinas de receita — e os artistas estão no centro dessa engrenagem.
Mas afinal, como eles lucram com tudo isso? Prepare-se para uma viagem pelos bastidores financeiros dos grandes eventos, com direito a cifras, estratégias e um toque de bom humor.
Cachê: o primeiro acorde do lucro do artista
O cachê é o pagamento direto que o artista recebe para se apresentar. E não estamos falando de trocados. Em festivais como Rock in Rio, Lollapalooza e The Town, os valores podem variar de R$ 100 mil para artistas emergentes até mais de R$ 5 milhões para nomes internacionais como Travis Scott ou Mariah Carey. Esse valor depende da popularidade, do tempo de show, da exclusividade e até da capacidade de atrair patrocinadores.
Além disso, artistas com maior poder de negociação podem incluir cláusulas de bônus por performance, como número de espectadores ou engajamento nas redes sociais.
Merchandising: camiseta, caneca e lucro
Durante os festivais, os fãs estão mais propensos a abrir a carteira — e os artistas sabem disso. A venda de produtos oficiais como camisetas, bonés, pôsteres e até vinis personalizados gera uma receita paralela que pode ultrapassar o próprio cachê. Segundo dados da Serasa, 68% dos brasileiros gastam em média R$ 200 com alimentos e bebidas em shows, e uma parcela significativa também investe em produtos dos artistas.
Alguns artistas negociam porcentagens sobre o faturamento do merchandising vendido no evento, enquanto outros operam com equipes próprias e ficam com 100% da receita.
Royalties e direitos autorais: o lucro invisível
Mesmo que o público não perceba, cada execução de uma música em um festival gera royalties. As sociedades de gestão coletiva, como ECAD no Brasil, recolhem valores dos organizadores e distribuem aos artistas e compositores. Embora o montante por show não seja astronômico, ele se soma a outras execuções e pode representar uma fonte de renda constante.
Além disso, se o festival for transmitido ao vivo ou gravado para plataformas digitais, os artistas recebem direitos adicionais por imagem e execução pública.
Exposição midiática: o lucro que vem depois
Participar de um festival é como aparecer em horário nobre da TV — só que com aplausos reais. A visibilidade gerada pode impulsionar streams, vendas de álbuns, convites para campanhas publicitárias e até contratos com gravadoras. O Rock in Rio, por exemplo, já recebeu mais de 14 milhões de pessoas em suas edições, e cada artista que pisa naquele palco ganha uma vitrine global.
Essa exposição também reforça o mercado financeiro, atraindo marcas interessadas em associar seus produtos à imagem do artista, gerando parcerias lucrativas que vão muito além do evento.
Patrocínios e ativações: quando o palco vira vitrine
Alguns artistas fecham acordos diretos com marcas para se apresentarem em festivais. Isso pode incluir uso de figurino patrocinado, menções durante o show ou ativações no espaço do evento. Em 2024, mais de 1.500 marcas investiram US$ 1,2 bilhão em patrocínios com a Live Nation, mostrando que o casamento entre música e marketing está mais forte do que nunca.
Essas parcerias podem render valores fixos ou variáveis, dependendo do alcance e da performance do artista.
Festival é mais que música — é negócio
Os festivais são muito mais do que encontros musicais. São plataformas de negócios, marketing e cultura que permitem aos artistas monetizar sua arte de forma direta e indireta. Do cachê à caneca, do streaming ao patrocínio, cada nota tocada pode virar lucro — e cada fã emocionado, um potencial cliente.
Então, da próxima vez que você estiver pulando em um festival, lembre-se: enquanto você canta, o artista fatura.
E isso, meu amigo, é música para os ouvidos do mercado.
























