Se você achava que os discos de vinil estavam confinados às prateleiras empoeiradas de colecionadores excêntricos, prepare-se para uma reviravolta digna de filme cult.
O vinil voltou com tudo — e não apenas como item de decoração hipster. Ele está movimentando cifras bilionárias, redefinindo hábitos de consumo e até influenciando índices econômicos.
Sim, estamos falando de um produto que saiu da “cesta básica da cultura pop” direto para a cesta de inflação do Reino Unido. E isso não é brincadeira.
Nos Estados Unidos, o vinil superou os CD’s pelo segundo ano consecutivo, gerando US$ 1,9 bilhão em receita só em 2023 — algo em torno de R$ 10,3 bilhões no câmbio atual. Isso representa um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. E não é só por causa dos saudosistas: artistas da nova geração como Taylor Swift e Olivia Rodrigo estão lançando seus álbuns nesse formato, ao lado de lendas como Beatles e Pink Floyd. O resultado? Uma demanda que faz os fabricantes correrem para atender pedidos em escala industrial.
Na Ásia, o fenômeno é ainda mais intenso: o continente responde por quase metade das receitas globais de CD’s, DVD’s e vinis. E adivinhe quem lidera esse movimento? Os grupos de K-pop, que transformaram o vinil em objeto de desejo entre fãs que não se contentam com o streaming. Afinal, nada como segurar um álbum físico com encarte, fotos e aquele cheirinho de disco novo — um luxo que virou símbolo de status entre colecionadores.
O Brasil também entrou na onda. Em 2023, a venda de discos de vinil ultrapassou a de CD’s, tornando-se o formato físico mais popular no país. Foram R$ 11 milhões em receita, um salto de 136,2% em relação ao ano anterior. Isso mostra que o consumidor brasileiro está disposto a investir em experiências sensoriais e nostálgicas, mesmo em tempos de playlists infinitas.
Como o vinil está impactando o mercado financeiro
E como isso impacta o mercado financeiro? Simples: o vinil deixou de ser um nicho e virou ativo cultural com valor agregado. A revalorização do formato influencia desde a indústria fonográfica até o varejo, passando por logística, marketing e até política monetária.
No Reino Unido, por exemplo, os discos voltaram à cesta de inflação após 32 anos, substituindo itens como frascos de álcool e sofás-cama. Segundo o Escritório de Estatísticas Nacionais britânico, essa mudança reflete o renascimento cultural e os novos hábitos de consumo da população.
Para investidores atentos às tendências, o vinil representa uma oportunidade de diversificação. Lojas especializadas, fábricas de prensagem, designers de capas e até plataformas de venda online estão se beneficiando desse boom. E com a crescente valorização de edições limitadas e discos raros, o mercado secundário também está aquecido — com peças sendo vendidas por valores que fariam qualquer trader de criptomoedas repensar suas escolhas.
























