Se você achava que músicas antigas só serviam para tocar em rádios nostálgicas ou embalar comerciais de margarina, a Warner Music Group está aqui para provar que o passado pode — e deve — render muito no presente.
A gravadora anunciou a contratação de Leda Chang como vice-presidente sênior de Marca Global e Audiência para sua divisão de catálogo, com a missão de liderar uma estratégia “always on” — ou seja, marketing contínuo, sem pausa, sem intervalo comercial. As informações são do MBW.
E não estamos falando de uma simples playlist retrô. A ideia é transformar o catálogo da Warner em um ecossistema ativo, onde cada faixa, álbum e artista clássico seja tratado como um ativo estratégico, pronto para ser redescoberto, revalorizado e monetizado.
Leda Chang não é novata no jogo: antes de assumir o cargo na Warner, ela foi vice-presidente de estratégia de marca social na Peacock (sim, aquela plataforma de streaming da NBCUniversal) e também passou por gigantes como Paramount. Sua especialidade? Conectar marcas com públicos de forma criativa e lucrativa, usando storytelling, dados e uma boa dose de ousadia.
Agora, ela assume um papel global na Warner, trabalhando diretamente com o presidente da divisão de catálogo, Kevin Gore, para revitalizar o legado de artistas lendários e criar novas formas de engajamento com fãs — antigos e novos.
Traduzindo do corporativês: é uma abordagem de marketing que não depende de datas comemorativas, lançamentos ou aniversários. Em vez disso, o catálogo é promovido de forma constante, com campanhas digitais, ativações em redes sociais, colaborações com influenciadores e até experiências imersivas.
Imagine ver um clipe de David Bowie recriado com tecnologia de realidade aumentada, ou uma campanha de moda inspirada em Madonna dos anos 1980. Tudo isso faz parte da visão de manter o catálogo “ligado” o tempo todo — como uma playlist infinita de oportunidades comerciais.
Por que isso é relevante financeiramente para a Warner?
Porque o catálogo é, literalmente, uma mina de ouro.
Segundo dados da própria Warner, mais de 60% da receita de streaming vem de músicas de catálogo, ou seja, lançadas há mais de 18 meses. E com o crescimento das plataformas digitais, esse número só tende a aumentar. Ao investir em marketing contínuo, a Warner pretende aumentar o consumo de faixas antigas, atrair novos públicos para artistas clássicos, gerar receita com licenciamento, merchandising e sincronizações e fortalecer a marca dos artistas como ativos culturais e comerciais.
Com a contratação de Leda Chang e a aposta na estratégia “always on”, a Warner Music mostra que música boa não tem prazo de validade — e que o marketing pode transformar nostalgia em lucro. Em um mercado cada vez mais competitivo, onde cada clique conta, manter o catálogo ativo é mais do que uma tendência: é uma necessidade estratégica.
E se você achava que só os lançamentos bombavam nas plataformas, talvez seja hora de revisitar aquela playlist de clássicos.
Vai que, além de curtir, você esteja ajudando a movimentar milhões.
















