A plataforma de streaming Deezer encomendou a primeira pesquisa mundial focada em percepções e comportamentos em relação à música gerada por Inteligência Artificial (IA).
A pesquisa foi realizada pela Ipsos com um total de 9 mil pessoas em 8 países – Brasil, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Holanda, Alemanha e Japão e o estudo revelou um desejo claro de que a música 100% gerada por IA seja identificada e que artistas e compositores sejam tratados e remunerados de forma justa caso suas músicas sejam usadas para treinar modelos de IA.
Na pesquisa, todos os participantes foram convidados a ouvir três faixas e indicar se eram ou não totalmente geradas por IA e 97% dos entrevistados erraram. A maioria (71%) ficou surpresa com o resultado e mais da metade (52%) sentiu-se desconfortável por não conseguir diferenciar.
Segundo a Deezer, a empresa “adota uma abordagem única na indústria em relação à música proveniente da Inteligência Artificial, defendendo os direitos dos artistas e garantindo transparência para os fãs – sendo até agora a única plataforma que detecta e rotula claramente conteúdo 100% gerado por IA para seus usuários”.
“A Deezer tem liderado o caminho na criação de soluções que promovem transparência e minimizam o impacto negativo do grande volume de conteúdo gerado por IA chegando à plataforma”, explica Alexis Lanternier, CEO da Deezer. “Os resultados da pesquisa mostram claramente que as pessoas se importam com a música e querem saber se estão ouvindo faixas feitas por IA ou por humanos. Também não há dúvida de que existem preocupações sobre como a música gerada por IA afetará a remuneração dos artistas e a criação musical, e de que empresas de IA não deveriam treinar seus modelos com material protegido por direitos autorais. É reconfortante ver que temos amplo apoio aos nossos esforços.”
Sobre as percepções gerais sobre Inteligência Artificial, os resultados da pesquisa Deezer/Ipsos aponta que 98% já ouviram falar de IA e quase 3/4 (correspondente a 72%) já utilizaram a ferramenta algumas vezes, enquanto que 55% dos entrevistados sentem curiosidade em relação à IA, enquanto apenas 19% afirmam confiar nela.
Quando o assunto é percepções gerais, quase metade (46%) dos entrevistados acredita que as ferramentas e recursos de IA podem ajudá-los a descobrir novas músicas. 51% acreditam que as ferramentas de IA desempenharão um papel significativo na criação musical nos próximos 10 anos e 51% acreditam que a inteligência artificial levará à criação de músicas mais genéricas e de baixa qualidade nas plataformas de streaming.
Além disso, quase dois terços (64%) acreditam que a inteligência artificial poderá levar à perda de criatividade na produção musical.
Quando há a comparação da música criada por IA e a que é criada por humanos, 97% dos entrevistados afirmaram não diferenciar a música totalmente gerada por IA da música criada por humanos em um teste cego com duas músicas, sendo uma feita por IA e uma música real. Mais da metade (52%) dos participantes da pesquisa sentiu-se desconfortável por não conseguir diferenciar a música de IA da música humana e 66% disseram que ouviriam música 100% gerada por IA por curiosidade.
Transparência para os usuários
80% concordam que a música 100% gerada por IA deve ser claramente identificada para os ouvintes e 73% gostariam de saber se um serviço de streaming de música está recomendando música 100% gerada por IA. Já 52% acreditam que as músicas 100% geradas por IA não devem ser incluídas nas paradas musicais junto com as músicas criadas por humanos e apenas 11% acreditam que a música 100% gerada por IA deve ser tratada da mesma forma nas paradas musicais.
Já 58% acreditam que sua plataforma de streaming de música não recomenda música 100% gerada por IA, enquanto 25% estão incertos.
IA: Reconhecimento e valorização dos artistas
65% dizem que não deveria ser permitido usar material protegido por direitos autorais para treinar modelos de IA usados para criar música. 70% acreditam que a música 100% gerada por IA ameaça a remuneração de músicos/artistas/compositores atuais e futuros.
73% acham antiético que empresas de IA usem material protegido por direitos autorais para gerar novas músicas sem a aprovação expressa do artista original e 69% acreditam que os pagamentos por músicas 100% geradas por IA deveriam ser menores do que os de músicas criadas por humanos.
No Brasil, assim como no cenário global, a maioria dos respondentes (97%) também não conseguiram distinguir as músicas feitas por IA das feitas por humanos, no entanto, os brasileiros demonstraram grande entusiasmo e confiança em relação à inteligência artificial na música, alinhando-se à sua tradição de abraçar a inovação. Na pesquisa, o país se destacou por mostrar maior curiosidade (76%) em relação à IA, e os usuários entrevistados afirmaram utilizar ativamente ferramentas de inteligência artificial (42%) no dia a dia.
Mais da metade dos brasileiros (62%) ainda acreditam que as ferramentas de IA podem ajudá-los a descobrir novas músicas, além de acharem (59%) que a tecnologia terá um papel importante na criação de música no futuro. Por outro lado, grande parte dos respondentes (60%) também demonstraram preocupação com a possibilidade do uso da IA poder causar uma perda de criatividade na produção musical.
A Deezer informou através de um comunicado que está recebendo mais de 50 mil faixas totalmente geradas por IA todos os dias, o que representa mais de 34% do total de conteúdo enviado diariamente. A ferramenta de detecção de IA da plataforma está em operação desde o início do ano, permitindo que a empresa acompanhe o aumento constante de conteúdo totalmente sintético na plataforma.
Em junho, a Deezer se tornou a primeira (e até agora única) plataforma de música a rotular explicitamente músicas geradas por IA. A ferramenta está sendo usada pela Billboard para determinar quais músicas em suas paradas são geradas por inteligência artificial.
Ainda no comunicado, a empresa diz estar “está comprometida em proteger os direitos dos artistas – o aumento do conteúdo totalmente gerado por IA no streaming musical ocorre em um momento de crescente preocupação com empresas de IA que treinam seus modelos com material protegido por direitos autorais, além da possibilidade de governos diminuírem a proteção autoral para facilitar o desenvolvimento de IA”.
“A Deezer reafirma seu compromisso com a proteção dos direitos de artistas e criadores e segue sendo a única plataforma a assinar a declaração global sobre treinamento de IA”, concluiu.
























